SOBRE A MARCHA DA MACONHA E SEUS DERIVADOS
 Os que acompanharam
Os que acompanharam (e ainda acompanham) os comentários do 
post “BOM SENSO, SINAL DE MENTE LIMPA” publicado na terça-feira última neste 
Blog, devem ter tomado conhecimento de minha decisão em não mais retornar ao debate, dado o 
baixo nível de comentários e das verberações da qual se valeram grande parte dos participantes que ali estiveram – na sua grande maioria como 
ANÔNIMOS –, o que me obrigou, inclusive, a “blindar” o 
Blog contra os tais.
Isso de certa forma gerou um pequeno, vamos dizer: redemoinho em torno dos que haviam se apresentado dispostos a um 
debate (um bate-papo) 
franco (de ambos os lados), mas 
PACÍFICO sobre o tema.
A despeito do que foi sugerido por alguns, não sai por “medo”, afinal, a menos que algum 
cracker entrasse para “ferrar” com meu computador, não tinha nada a perder em 
prosseguir com o 
diálogo. Aliás, ao contrário de muitos pais que ensinam seus filhos a 
“não entrarem numa briga que não possam ganhar”, os meus sempre disseram: 
“_Meu filho, quando um não quer, dois não brigam.” Prefiro ficar no conselho dos meus pais.
Sendo assim, em consideração às 
respeitosas reivindicações de alguns 
comentaristas, volto à questão da 
MARCHA DA MACONHA, não para dar satisfações àqueles que ali se manifestaram (e ainda estão se manifestando) de forma 
mal educada, mas para responder as 
razões pelas quais 
sou contra a MARCHA (não contra a manifestação do pensamento) e 
contra o USO INDISCRIMINADO MACONHA (não contra o estudo das substâncias nela contidas para fins medicinais controlados).
Quem sabe eu até consiga responder à outras questões levantadas pelos 
ANÔNIMOS.
Antes, porém, sou forçado a dizer que não há como 
desassociar minhas palavras da  
Fé que professo em 
Cristo Jesus, já que a vida que agora vivo, 
vivo pela Fé no Filho de Deus. Portanto, 
se não estás disposto a ler, aquilo que para alguns não passará de um 
“vago e insípido” sermão, convido-o desde já a não desperdiçar o vosso tempo, nem o meu, com comentários injuriosos.
Um dos comentaristas, respondeu a um comentário do 
Pr. Newton (que espirituosa e voluntariamente tem postado sua opinião aqui no blog) 
indicando a leitura de um artigo publicado no portal 
Terra, o qual está disponível em: 
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,5153,OI79346-EI298,00.html.
Diz a chamada daquele artigo:
“Pesquisador diz que Jesus usou maconha em milagres”
Ora, vocês não acham que a chamada por si só já é tendenciosa? Com que 
autoridade um pesquisador poderia afirmar uma coisa dessas? Talvez o título da matéria devesse ser:
“Pesquisador diz que Jesus TERIA usado maconha em milagres”?
Notaram a diferença?
USOU – Pretérito perfeito – acontecido; ação concluída.
TERIA – Futuro do pretérito – não ocorrido ou condicionado a determinado fator.
Mas isso é coisa da Redação Terra. Vamos deixar passar.
Diz o texto:
“Um estudo publicado esta semana [7/1/03] pela revista High Times, especializada em divulgar fatos relativos ao uso da maconha lança a tese de que muitos dos milagres de Jesus Cristo foram feitos usando uma mistura à base de maconha. De acordo com o professor de mitologia clássica da Universidade de Boston Carl Ruck, responsável pelo estudo, Cristo e seus apóstolos teriam usado um óleo feito com a planta para curar doentes.”Notem que a revista é 
ESPECIALIZADA EM DIVULGAR temas relacionados ao uso da 
MACONHA; o que também me parece tendencioso!
O texto segue – contrariando o título – dizendo que o que foi dito pelo cientista que é 
"PROFESSO DE MITOLOGIA", se deu em 
“TESE”. Opa!? Parece elementar (meu caro Watson) que o objeto de estudo desse professor não seja para ele próprio algo a ser 
“acreditado como verdadeiro” ou 
absoluto, senão uma mera 
proposição.
E conclui: “o estudo em nenhum momento coloca em dúvida os milagres de Jesus Cristo.”Agora é que não entendi mais nada! Os 
milagres e a própria pessoa de 
Jesus nessa história toda são 
mitos ou fatos? Bem e quanto ao uso da erva, tenho que acreditar que tenha mesmo sido usado pelo personagem tido por muitos como mitológico? Ora, é preciso ter coerência!
Julguem: O ESTUDO É OU NÃO TENDENCIOSO?
Mas voltemos às outras questões primaciais:
Não sou especialista em MACONHA, 
não tenho pretensão de ser e (já respondendo a outro comentário) 
nunca fiz uso da droga. 
Glória a Deus por isso!
Notem que não disse 
“de drogas”, já tomo umas aspirinas de vez em quando. Ah, e coca-cola também... rsss!
Em que pese o fato de nunca ter usado – o que 
não sou obrigado a fazer para conhecer, e imagino que os cientistas também não –, como já afirmei, vi e vejo 
diariamente o mal que o uso e o comércio 
(tráfico) dessa 
droga causam nas vidas de dezenas de 
usuários e de familiares, tanto do aspecto físico, psíquico, motor, quanto moral, social, intelectual, legal etc.
Não é preciso ir muito longe para se perceber isso, basta um dia na periferia. 
Eu sou da periferia!
Mas foi dito ali que 
“isso [a liberação] não tornará o acesso a ela mais fácil, muito pelo contrário! Seu uso será restrito, controlado, mesmo as dosagens! Só poderá comprar quem passar por testes de saúde fisico e psíquico. O consumo também só poderá ser feito em locais restritos” etc. etc. etc.
Vocês crêem mesmo nisso? Ou simplesmente utilizam a idéia como 
MOTE para 
campanha pela aprovação da liberação? Nem é preciso ser 
crente, fanático, lunático, e outros 
“áticos” para perceber que essa é uma idéia - dentro do mais amplo conceito de 
razão - não passa de 
UTOPIA.
Num país onde toda sorte de mercadorias que deveriam ser 
comercializadas legalmente (brinquedos; camisetas; bonés; CD’s – evangélicos inclusive –; alimentos; medicamentos; softwares; hardwares; peças de automóveis etc) já são 
falsificadas ou 
“contrabandeadas” por 
quadrilhas perigosíssimas, dispostas a 
MATAR ou 
MORRER para verem mantidos e financiados seus 
negócios milionários ;
Num país onde se 
mata uma freira para não ser autuado por 
TRABALHO ESCRAVO e 
sonegação de impostos; onde se 
mata um oficial de justiça para não ter que devolver um produto financiado e 
não pago; onde se
 mata por “brincadeira” um ser humano por causa de sua 
etnia indígena; onde se 
espanca uma empregada domestica por julgá-la prostituta (quem disse que as prostitutas devem ser espancadas? Leiam Josué cap. 2 e 6 ou João cap. 8); onde 
se arrastam crianças pelo asfalto para se roubar de um cidadão seu carro adquirido com 
trabalho e suor – muitas vezes para se 
“recrear” com o 
uso da droga ou acertar as contas com o tráfico.
Será que arrecadaríamos mesmo mais 
impostos? Ou teríamos um 
comércio paralelo de 
“maconha do Paraguai” nas banquinhas do 
Largo 13, como é feito com os, igualmente lesivos e desprezíveis, CIGARROS, WHISKIES, NAIQUES, ABIDAS, REBOQUE etc? Ou deveríamos
 liberá-los disso também para acabar com os 
crimes de contrabando e descaminho?
Será que deveríamos abrir mão da 
maioridade do cidadão para acabar com o crime de 
corrupção de menores e superlotarmos de uma vez por todas as cadeias (ao invés de um dois pagam)? Liberarmos toda forma de 
manifestação dos desejos libidinosos para o sexo de forma indiscriminada para acabar com a 
PEDOFILIA (uso 
"recreativo" da criança... Que Deus me perdoe!)? Aumentarmos os 
salários de todos os servidores públicos a um patamar tão elevado que não mais seja necessário a alguns a 
prática do crime de corrupção? 
O quanto bastaria? Do que mais deveríamos abrir mão? De nossas casas, carros e economias, para acabar com o 
abandono, a 
falta de moradia, o 
caos no transporte público, a 
pobreza? Ei! Acordem!
Vocês acreditam mesmo que numa sociedade como a nossa com tanta 
desigualdade, 
desinformação, 
corrupção, 
falta de educação, 
falta de perspectivas para o jovem da periferia, 
desemprego, sem falar da 
falta de DEUS nas vidas seria mesmo possível controlar o 
USO DA MACONHA a ponto de acabar com o 
CRIME, com o 
TRÁFICO e com as 
ARMAS? 
Eu não creio!
Quem ia pagar pelo cigarrinho do 
moleque da favela? Os mesmos que incentivaram o 
consumo e a liberação, ou 
eles que se lasquem para conseguir comprar o seu, ou que peçam um "peguinha" no semáforo?
Pensem em quantos pais 
desempregados e 
desesperados que nunca tiveram coragem de pegar numa 
arma para “buscar o pão de cada dia” o que não fariam depois de fumar um, dois, três, quatro, cinco, não sei quantos mais cigarrinhos de 
MACONHA. Ah! Quase esqueci dos dois goles de cachaça que eles teriam tomado antes...
Acham que estou exagerando? Então pergunte ao 
papai e a 
mamãe de vocês durante o jantar 
hoje a noite o que acham da idéia. Perguntem as suas 
esposas e 
filhos. Entrem nas filas do 
INSS e perguntem aos 
velhinhos que lá estão o que acham da idéia. Façam uma visita a um 
orfanato; a um 
asilo; a uma 
igreja (católica ou evangélica); ao 
hospital do câncer; a um 
clube desportivo; ao dono do 
mercadinho, ou da 
padaria, ou da 
farmácia de vosso bairro; 
perguntem a eles o que acham da idéia.
Sobre a indagação (direcionada ao 
Pr. Newton, mas já feita anteriormente a mim): 
“Você não acha que a lei que proíbe a maconha é mais danosa a sociedade do que a própria droga?” A resposta é: 
não, não acho!
Lamentavelmente em nosso país muitas 
leis são elaboradas, propostas e aprovadas à solapa, em meio ao 
clamor público, por pressão de 
lobistas, interesses 
políticos, 
econômicos, o que faz com que 
brechas ou mesmo 
exageros sejam cometidos – como bem lembrado em um comentário postado naquele artigo.
No entanto, num 
Estado Democrático de Direito como o nosso, não há como se viver em 
sociedade sem que as
 leis existam e por elas sejam estabelecidos 
limites de conduta e 
comportamento da própria sociedade que compõe o 
Estado. O argumento do 
LIVRE ARBÍTRIO criado por 
DEUS (postado em um comentário) não é justificativa para a 
falta de regras, limites ou coerção, já que 
LIVRE ARBÍTRIO não é sinônimo de 
anarquia (falta de coerção).
Quando Deus deu ao homem o 
LIVRE ARBÍTRIO, Ele próprio (
DEUS) estabeleceu 
limites ABSOLUTOS (certo é certo; errado é errado; santo é santo; pecado é pecado), os quais estavam para o homem como um 
referencial para o exercício da 
ARBITRAGEM e não para 
liberdade de agir 
sem regras e sem conseqüências. Ou seja, o homem teria de avaliar e decidir a partir desses absolutos se valeria à pena 
descumprir as ordens divinas? Se valeria à pena 
correr o risco? Se valeria à pena 
assumir as conseqüências?
Ao assumirmos as 
conseqüências de nossos atos temos que considerar, ainda, que aqueles que nos cercam poderão 
sofrer com as mesmas conseqüências – como um 
efeito dominó. 
O filho assume os riscos das drogas e a 
mãe sofre com os efeitos. 
O pai assume o risco da bebida, e a 
família sofre com os efeitos. 
O político assume o risco de se corromper, e a 
sociedade sofre com os efeitos. 
Os jovens transam sem camisinha, e os 
bebês sofrem com os efeitos – quando não eles próprios com as 
DSTs; depois 
o contribuinte sofre com a arrecadação de impostos para a produção de medicamentos contra a 
AIDS; para financiar o SUS etc... 
Hoje até um espirro em público pode acarretar conseqüências desastrosas para o mundo!LIVRE ARBÍTRIO nunca significou que o homem está 
LIVRE para fazer qualquer coisa, mas 
LIVRE para auto-avaliar as conseqüências de seus atos a partir das diretrizes estabelecidas pelo 
CRIADOR; pelas 
NORMAS JURÍDICAS; pelas leis da 
NATURAIS; pelos 
costumes da sociedade na qual está inserido etc. e assim 
fazer a sua escolha.
Teve alguém que disse: 
“no meu país” se faz assim e assado. Ora, aquela sociedade (não sei de onde) 
correu o risco, e 
deverá assumir as conseqüências.
 O Brasil não quer assim; 
nossas normas não são aquelas normas; e particularmente, 
pela FÉ, creio não ser essa a 
vontade de DEUS para com o homem.
JESUS sabia das conseqüências da Sua vinda ao mundo ao se oferecer para 
morrer pelo homem. 
Correu e assumiu o risco porque tinha um 
propósito maior: 
RECONCILIAR O HOMEM COM DEUS.A bíblia diz que “todos pecaram, e destituídos estão da Glória de Deus” (Rm 3:23), mas 
“Nele temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Cl 1:14) e diz mais: 
“...havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.” (Cl 1:20).
Também disseram que 
Ele veio para 
quebrar paradigmas. Quebrar paradigmas? Talvez! Mas não pelo 
descumprimento das normas, se não pela 
condenação do pecado, da 
hipocrisia dos fariseus, da 
arrogância dos doutores da lei, e da 
libertinagem dos inescrupulosos. Ele mesmo disse: 
“Não vim abrogar (anular) a Lei, mas cumpri-la” (MT 5:17).
Quanto a MARCHA, num primeiro momento, enquanto 
manifestação do pensamento (Art. 5º, IV) ou 
reunião pacífica (Art. 5º XVI), com certeza é legítima, 
não fossem as conseqüências que dela redundam.
Ao magistrados que conferiram 
liminar pela proibição coube julgar de acordo com o 
ORDENAMENTO JURÍDICO, a pretensão do 
Ministério Público; e o fizeram! Tinham 
base legal para isso.
Talvez eles (os juízes) não fossem lá 
experts em 
MACONHA; mas conhecedores que são do 
ORDENAMENTO, e 
vinculado pelas suas atribuições e pela própria 
norma jurídica à 
apreciação e decisão da lide, o fizeram! 
A proibição é uma questão jurídica e como tal deve ser analisada. 
O Direito é assim.
Essa coisa de 
"o direito de um começa onde o do outro termina" nem sempre é verdade; aliás, 
acho que nunca será verdade. E quando há 
conflito de interesses, como é o caso da 
MARCHA? E quando o governador resolve passar o 
metrô embaixo de nossas casas? E quando para a contrução do 
Rodoanel se tem que destruir grande parte da mata atlântica (também criada por Deus)? Sempre haverá a necessidade de discussão jurídica para tais questões e de um estudo aprofundado para cada caso com base, sobretudo, nas 
ciências jurídicas (das leis, dos costumes, das jurisprudências, das doutrinas, dos métodos de integração, da completude, das antinomias etc.), afinal
 o que será do magistrado quando houver conflitos de normas, lacunas, ou não houver normas?
Conforme preconiza a 
Lei de Introdução ao Código Civil: 
“Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.”
E mais: “Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum."
Portanto, não há como se 
REIVINDICAR UM DIREITO sem querer se submeter à 
ORDEM JURÍDICA.
A REIVINDICAÇÃO de um 
debate mais apurado, com pessoas que possam discutir com 
conhecimento de causa, com 
embasamento científico das mais 
diferentes áreas do saber (não limitado a um mero recorte de revista), e com a participação da 
opinião pública é justa, 
MUITO MAIS QUE JUSTA. Mas por ora, e da forma como se pretendeu, a 
JUSTIÇA disse NÃO! Recorram! Façam valer o vosso direito! Apresentem vossas argumentações e teses jurídicas perante o tribunal! Socorram-se do judiciário, ou corram o risco, e assumam as consequencias.
Eu particularmente também entendi que não, e me manifestei assim. Se sou o 
dono da VERDADE? É CLARO QUE NÃO SOU! E essa é uma 
VERDADE diante da qual todos nós, necessariamente, 
devemos nos render. Que paradoxo, não? 
A VERDADE É QUE NINGUÉM É DONO DA VERDADE.
Vocês já pararam para pensar que podem estar enganados a respeito de 
DEUS e de 
Sua Vontade para convosco, em especial à respeito da forma como têm conduzido vossas 
vidas? A pergunta é extensiva aos demais leitores e não apenas àqueles 
comentaristas e debatedores do 
Blog.
Eu, no entanto, 
pela FÉ, mais uma vez digo: 
pela FÉ CREIO NAQUELE QUE NÃO APENAS É DONO DA VERDADE, MAS A PRÓPRIA VERDADE EM SI: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS a quem entreguei o curso da minha vida.
"E conhecereis a VERDADE e a VERDADE vos libertará" (João 8:32)É isso aí pessoal. Espero não ter sido cansativo.
A todos um cordial e amistoso abraço.Em Cristo Jesus,Robson SilvaÉ LEGAL SER CRENTEEm tempo: Caso identifiquem algum erro de digitação ou grafia, por favor, me perdoem. Já quanto aos possíveis erros de concordância e regência consultem um gramático. Há muitos entre nós!